Há dias vi como, na minha rua, um balão encarnado se desprendeu da mão de uma criança e, à medida que subia em direcção ao céu, foi consertando as janelas e pintando de novo as paredes de um prédio antigo e desolado. Parece que o fenómeno se repete em muitas outras ruas da cidade, onde casas inteiras ganham um novo alento à passagem de outros balões encarnados, que não se sabe de onde vêm e se perdem no infinito. Dizem que é preciso estar com atenção para nos darmos conta. E que há quem não veja porque duvida. Porque é preciso crer para ver.
* Título emprestado pela Björk, mas ainda não devolvido.