30 de jul. de 2011

E o mar aqui tão longe...


Sopot seria o Estoril polaco se não fosse distar centenas - e não dezenas - de quilómetros da capital. De resto, tem tudo o que reconhecemos numa estância balnear dos bons velhos tempos: os chalets fin-de-siècle, os grands hôtels de entre-guerras, o casino à beira-mar plantado, um festival de música, bem como outro de teatro, e naturalmente um areal de perder de vista. Não sei se ainda é um destino procurado pelos veraneantes que tinha em mente Jean Georges Haffner, o médico do exército napoleónico que, em 1823, lançou as bases deste resort terapêutico e, uns anos mais tarde, do seu característico pontão que, entrando meio quilómetro pelo Báltico adentro, acolhe o maior banco corrido de madeira da Europa. Uma coisa é certa: Sopot continua em alta. À hora do jantar, rapazes e raparigas começam a vaguear pelas ruas, oferecendo-se, em nome da cidade, para responder à pergunta que trazem impressa nas t-shirts: Where´s the party? É um trabalho meritório, mas perfeitamente supérfluo. Toda a gente sabe que a festa é porta-sim-porta-sim no Monte Cassino, a maior aglomeração de restaurantes, bares e discotecas a que uma rua pedonal jamais assistiu. Em Sopot, as noites são quase tão longas como os dias de Verão.